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O estudo foi realizado com um enfoque qualitativo fazendo indagação e análise desde os homens e as mulheres que fazem parte dos comitês municipais que participam do projeto. A análise mostrou que é na comercialização onde se produz a maior renda, e esta fase do ciclo é de controle masculino. As esposas, filhas ou irmãs que participam são reconhecidas como “ajudantes”, inclusive por elas mesmas; o controle do pagamento em dinheiro que se obtêm das vendas é de responsabilidade masculina, mesmo no caso em que mulheres atuam como vendedoras nos locais de venda de produtos. O perfil de atividades mostrou que as mulheres assumem importantes papéis produtivos, ao manter simultaneamente a responsabilidade dos papéis domésticos e ao mostrar atitudes subordinantes. Não necessariamente o papel produtivo gera consciência de si, autonomia e empoderamento. O estudo propõe que para que uma atividade de oportunidades econômicas redunde no empoderamento das mulheres tem que estar vinculada a ações conscientemente orientadas a transformar os padrões socioculturais de autoritarismo e subordinação presentes nas relações de homens e mulheres, mais vigentes nas sociedades rurais.