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Tanto o estudo como as práticas orientadas à intervenção em maltrato infanto-juvenil (MIJ) foram, nas últimas décadas, motivo de controvérsias e discussões em diferentes âmbitos. Isso requer não só esclarecer os modelos teóricos de análise do MIJ, mas também rever e interpelar as práticas profissionais, investigativas e docentes que o abordam. Por isso, este trabalho se pergunta sobre a existência ou não de uma tensão epistemológica entre pesquisar e intervir para o trabalho social, em particular na problemática do MIJ. Ainda que, no âmbito das ciências sociais esta discussão parecesse estar saldada, ainda hoje surgem interrogantes epistemológicos no seio do trabalho social com respeito a se, por suas origens, estas duas dimensões podem/devem ser realizadas. Propõe-se a questão sobre se pesquisa e intervenção são duas instâncias específicas —e, portanto, construções diferentes— ou podem ser parte de um mesmo processo de abordagem de uma situação dada. Sem pretensões de respostas finais, aponta-se a gerar espaços de discussão nas ciências sociais, em general, e em trabalho social, em particular.