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Este artigo oferece um conjunto de reflexões que formam parte de um projeto de pesquisa que busca explorar as tensões e conflitos ético-morais que se geram entre os trabalhadores sociais e os imigrantes no contexto da atenção primária de saúde. Estes conflitos emergem especialmente ao amparo de uma consideração antagônica dos imigrantes, seja como meros usuários de atenção ou como sujeitos de direitos. Tal realidade se analisa a partir da experiência chilena através de quatro tipos de dilemas e tensões: primeiro, o imigrante é incluído no sistema de saúde, em razão de que cumpre com as normativas estabelecidas institucionalmente para ser atendido versus um sujeito de direito que requer ser reconhecido e legitimado como tal. Segundo, a igualdade legal do imigrante garante a sua atenção, pois responde às normas jurídicas vigentes versus uma igualdade dialógica e procedimental que transcende a um mero status legal. Terceiro, o ênfase está posta no simples cumprimento das metas sanitárias versus uma atenção individualizada, integral e de qualidade. Quarto, o sistema de saúde busca homogeneizar as necessidades dos imigrantes versus o respeito e promoção de sua diversidade cultural.